terça-feira, 12 de abril de 2011

11 de Abril 2010, perdi alguém importante na minha vida. 
Alguém que partilhei a minha infância, alguém que eu brincava muitas vezes, alguém que nunca mostrava que a amava, alguém que me faz falta... Alguém que me dava motivo de certas risadas. 
Só eu sei o que sinto, o quanto dói perder esse alguém. O quanto dói ver a minha  família a chorar e eu não saber como consolar. Sei o que faz, sem rumo.
É o dia todo, tempo todo sentindo a sua falta, sentir este peso que te foste.
Eu não consigo acreditar, não! Tu não te fostes, você não me deixou aqui. Diga-me que isto não é real.
Diga-me que você estará no seu sofá velho da cozinha quando sair daqui. 
Me perdoe, por nunca me ter despedido de si, por deixa-la sozinha naqueles dias, me perdoe pela minha ausência, me perdoe por não lhe ter dado um ultimo beijo, um ultimo abraço.
Você está aí em cima? Olha por mim? Toma conta de quem não posso cuidar? Sê orgulhosa de mim?
Me dê forças pra aguentar esta barra. É difícil, complicado, desafiador e frustrante.
Eu preciso de você aqui comigo, de ouvir as suas gargalhadas novamente, seus conselhos, seus sermões .. Tenho saudades de ver os seus olhos de alegria quando me via, de reclamar comigo por eu estar magra. Por reclamar comigo por estar sempre de fones no ouvido. 
Ainda hoje me lembro dos almoços que me fazias quando era criança, das sopas que eu reclamava, de me sentar do seu lado e você me contar as suas histórias e de eu rir delas. De eu te chamar chata, e você de me impostora. Me lembro tão bem, de você manda vir comigo por eu andar a correr pela casa fora, por não parar quieta, por não fazer pouco barulho, me lembro tão bem dos pratos que você me fazia, das batatas gordurosas. De quando o avô ia as compras e você me mandava sentar naquele banquinho castanho da cozinha e punha-se admirar o meu cabelo e eu só reclamava da minha boneca ser feia. E você punha-se a reclamar das minhas traquinices, e me pedia pra ficar sossegada. 
Já passaram 3 dias e a dor ainda se mantém, a magoa, a saudade.
Me sinto mal, demasiado, pela minha ausência na minha adolescência. Por não ter estado presente constantemente como estava na minha infância.
Parece que foi ontem que vi o seu rosto, que vi você me pedindo pra voltar no dia seguinte, pra lhe dar um beijinho, e eu lhe prometi isso. E não o cumpri. Se eu pudesse voltar atrás e soubesse o que sei hoje, eu te iria segurar nos meus braços, tentaria afastar toda a sua dor, dava-lhe os beijinhos todos que você precisava, não há nada que não faria pra lhe ouvir novamente, pra lhe abraçar pelo menos uma ultima vez, eu faria de tudo pra ouvir a sua voz novamente. É tão difícil deixar-lhe ir, dizer adeus.
Se eu tivesse mais um dia, eu lhe diria o quanto você me está fazendo falta!

Mas, obrigada por tudo, por cuidar de mim, por me aturar acima de tudo! ( sei que não é fácil.)
Mas sei que toda a noite que olharei para o céu, estarei lá olhando pra si, e falando consigo.
Porque sei, que tenho uma estrela brilhando por mim aí, você!
E não, não vou dizer "adeus", mas sim um até já.





Da Sua Neta,
Agatha Soares.


p.s: amo você com tudo que tenho.




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